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23032019

Como os pais anunciam separação aos filhos O-pare10



Como os pais anunciam separação aos filhos



Quando um casal conclui que chegou o momento da separação, a fase é difícil por si só.
Se eles tiverem filhos, seja qual for a idade, a situação pode se complicar, pois para uma criança é sempre triste e complicado aceitar esse fato, compreendendo essa decisão dos pais.


Segundo a psicóloga Eliziane Martarello, o melhor momento de informar à criança sobre a separação é aquele em que os pais e as crianças estiverem bem calmos.


“Sempre que há uma situação de estresse, perdemos a capacidade de raciocínio, então a fala dos pais, que são os comunicadores, pode acontecer de forma brusca e não assertiva. A criança também, quando está em um momento de estresse, recebe a notícia com maior impacto, o que causa muitos efeitos negativos no seu desenvolvimento. O tom sempre deve ser amoroso e, além de falar, também é muito importante ouvir o que a criança tem a dizer”, orienta ela.


Eliziane também ressalta que, mais do que qual dos dois – pai ou mãe – vai transmitir essa informação aos filhos, é importante cuidar da maneira como vai se falar.


“O ideal seria ambos entrarem em comum acordo de como vão comunicar e encontrarem uma forma assertiva e amorosa de falar. Mas, se perceberem que haverá uma possibilidade de desentendimento na frente da criança, é preciso ter maturidade suficiente para saber qual dos dois está mais apto a fazê-lo”, pondera a psicóloga, completando que, nessa hora, mágoas e ressentimentos devem ser deixados de lado.




Outro detalhe é que, diante da separação dos pais, é comum que algumas crianças pensem que têm alguma parcela de culpa – o que leva os pais a necessidade de esclarecer que o ‘problema’ é com eles e que continuarão a amá-la do mesmo jeito, embora cada um na sua casa.


As dicas que a psicóloga deixa para que essa conversa possa transcorrer melhor são, em primeiro lugar, o casal não brigar na frente da criança, acusando-se mutuamente.


“Segundo passo, não falar mal um do outro, em hipótese alguma. Feito isso, expliquem, em uma linguagem que a criança entenda, que o término do relacionamento foi decidido por ambos, por não serem mais compatíveis e porque não querem machucar um ao outro; e porque querem que a criança seja amada e respeitada, cresça em um ambiente o mais harmonioso possível. É preciso salientar à criança que é ela muito amada por ambos e continuará sendo, mesmo que os pais não se amem mais e ela [criança] não tem culpa”, argumenta Eliziane.


É bom respeitar tempo da criança
Após a separação, caso a criança demonstre melancolia, raiva ou se torne agressiva, precisará de atenção, para atenuar de algum modo esses sintomas.


A psicóloga Eliziane Martarello pontua que a conversa é sempre o melhor caminho. “Muitas vezes as crianças são fechadas e não falam muito. O ideal é não insistir, principalmente quando elas estiverem em um acesso de raiva ou extremamente agressivas. Existem diversas maneiras de comunicação e em alguns casos, pode-se usar exemplos de situações semelhantes, para entendimento da criança sobre a situação”, sugere.


Outra dica da psicóloga é realizar alguma atividade lúdica, como desenho, por exemplo, pois por eles normalmente as crianças expressam bastante de como se sentem e como veem o mundo.


“A terapia também é um ótimo caminho e sugiro que o ideal é que os pais também a façam. E o mais importante de tudo é respeitar a criança: nunca dizer que ela é burra, evitar comparações com outras crianças ou dizer palavras que possam magoá-las. Devemos sempre ter em mente que a infância é o momento onde a criança está percebendo o mundo, o seu lugar no mesmo e como se sente nele. Se ela vive em um ambiente onde é desvalorizada, recebe muitas críticas, isso se refletirá no futuro, podendo levá-la a se tornar um adulto com baixa autoestima, que não acredita / valoriza os relacionamentos e que não acredita em seus potenciais”, afirma Eliziane.


E pondera que é necessário, sim, mostrar às crianças o que é certo e errado, permitindo que elas errem e descubram a vida por si só. “Super proteção e permissividade não deixam a criança desenvolver a resiliência, que é a capacidade de superar obstáculos, mas isso é bem diferente de culpá-las por tudo que dá errado na sua vida”, finaliza.
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